segunda-feira, 31 de março de 2014

Na frente de minha casa

Na frente de minha casa, esquina da Aureliano Coutinho com a Marques de Itu, há um prédio, eu o chamo de prédio barco mas na frente de minha casa também há uma construção, costumo olhar os trabalhadores que fazem de tudo para o prédio ficar pronto o mais rápido possível. Outro prédio bem na frente de minha casa um prédio azul bonito com grandes janelas.
      Uma certa noite eu paro para desenhar pois não conseguia dormir começo a desenhar uma flor que estava na frente da janela  mas no meio do desenho ela caiu. Fui para a janela observar a calma da minha rua a noite tranquila e exaltada de terça a noite, sampa estava quieta, até estranhei. Quando vejo um mendigo atravessando a rua levando um carrinho com caixas nas costas, ele não parecia querer fazer aquilo era uma mudança forçada. Olho para a obra, parada, quando um homem, provavelmente o último que estava lá, vai embora. De cabeça baixa um pouco triste. Ele atravessou a rua com a mesma angustia não sabia o que lhe esperava.
     Após ver isso chorei. Era o ano de 2013 resumido para mim. A minha mudança forçada, sair de minha casa para ir para um bairro que não conhecia. Sair da casa de onde cresci para ir a um lugar aonde não tinha amigos, aquilo era horrível. Uma casa com quintal  sem regras, perfeita. Mas eu tinha de ir a um apartamento.
     A obra era a minha escola antiga , parada, isso significava que o que eu havia construído  lá tinha parado no meio, e o homem saindo de lá com cabeça baixa era eu triste por largar aquilo, então atravesso a rua para um lugar desconhecido sem saber o que esperar. O outro lado da rua era tudo, o novo bairro, a nova escola, a nova casa, o novo começo.


segunda-feira, 17 de março de 2014

O Pensar

Um homem sentado no bar em uma cadeira de plástico apoiado no seu braço, deveria ter por volta de 30 anos, cabelo raspado e fortinho como diria a minha mãe. Ele ficou ali, naquela posição sem se mexer nem falar nada e eu pensava no seu pensamento, o que o homem pensava será que ele pensava na família? Será que ele estava assustado? Ele podia não querer chegar em casa. Ele podia ficar ali, naquela posição durante horas. Ele podia estar pensando no que eu estava pensando, decifrando meu pensamento, e pensando e pensando e pensando. Porque aquele menino está me encarando. Até que o menino foi embora e parou de olhar. E eu, o menino, fui pensando. O que o homem estava pensando?