segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pixo

A pixação está cada vez mais em nossos olhares, ou melhor, no olhar dos paulistanos (só falo dos paulistanos nessa crônica porque eu sou uma testemunha) a pixação está comum para o cidadão paulistano e cada dia percebo que as pessoas já não ligam mais se há um grafite, um pixo, ou uma placa escrito
vende-se e sinto que deve existir um motivo de aquilo estar ali.
Os pixadores fazem aquilo para "marcar território", ao ver o dicumentário Pixo eu entendi um pouco os pixadores, é uma agressão a sociedade, bem diferente do grafite que na minha opinião só a deixa mais bonita e moderna. Porém eu acho rídiculo ver boysinhos pixando só pela adrenalina, e quero deixar claro que não dou a favor da pixação, embora ache interessante.
O pixo agora não é nada mais nada menos que tatuagens de SP e me pergunto:
São tatuagens boas, ou ruins?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Medo


Esse final de semana eu enfrentei meu pior medo. Eu nadei por volta de 1300 metros sem dar pé era meu pior pesadelo. Eu sempre tive medo das coisas que estão embaixo de mim que eu não consigo tocar. o medo me consumiu a certo ponto de que meus pulmões estavam acabados e eu não consigui nadar direito. E tudo isso no mar, perfeito para colaborar com a minha vaga lembrança do filme tubarão. Bom eu sempre temi tubarões e pelo fato de eu estar tomado pelo medo comecei a pensar em tubarões e a nadar mais rápido isso me fez ficar realmente cansado, o sentimento de necessidade de alguma coisa a me agarrar me tomava conta. Por sorte eu não estava sozinho, meu pai e meu amigo estavam comigo, e por mais desesperado que eu parecese eles continuavam a me provocar e rir pois eu estava aflito eu. me agarrei a meu pai e fui indo em direção a areia em cima dele. Eu estava aprisonado as meus medos, e nem mesmo o melhor advogado me libertaria.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Golpe de 1964

Durante estas últimas semanas eu venho tendo aulas, assistindo palestras, e pesquisando muito e acho que estou perto de entender um pouco o que foi o golpe de 1964 no Brasil. Tenho a sorte de ter um avô que estava na época na ditadura militar advogando presos políticos e isso me deixou muito orgulhoso.
Eu sinto muito que a ditadura ainda marca as pessoas (que viveram isso), pois sempre que pergunto a minha mãe:
"você tem medo de policias mãe?" e ela responde "até hoje filho". Saber que minha mãe avia sido ameaçada naquela época me amedronta. 
Meu avô me contara uma história "linda" sobre minha tia. Pois meu avô estava sendo ameaçado, e a policia dormia na casa dele, mas uma semana antes ele havia sido preso. Um dia minha tia pergunta para o policial: 
"por que um dia vocês prendem meu pai e em outro o protegem?"
Há muitas outras coisas que devem ser ditas sobre esse período que é tão escuro, tão vazio.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Na frente de minha casa

Na frente de minha casa, esquina da Aureliano Coutinho com a Marques de Itu, há um prédio, eu o chamo de prédio barco mas na frente de minha casa também há uma construção, costumo olhar os trabalhadores que fazem de tudo para o prédio ficar pronto o mais rápido possível. Outro prédio bem na frente de minha casa um prédio azul bonito com grandes janelas.
      Uma certa noite eu paro para desenhar pois não conseguia dormir começo a desenhar uma flor que estava na frente da janela  mas no meio do desenho ela caiu. Fui para a janela observar a calma da minha rua a noite tranquila e exaltada de terça a noite, sampa estava quieta, até estranhei. Quando vejo um mendigo atravessando a rua levando um carrinho com caixas nas costas, ele não parecia querer fazer aquilo era uma mudança forçada. Olho para a obra, parada, quando um homem, provavelmente o último que estava lá, vai embora. De cabeça baixa um pouco triste. Ele atravessou a rua com a mesma angustia não sabia o que lhe esperava.
     Após ver isso chorei. Era o ano de 2013 resumido para mim. A minha mudança forçada, sair de minha casa para ir para um bairro que não conhecia. Sair da casa de onde cresci para ir a um lugar aonde não tinha amigos, aquilo era horrível. Uma casa com quintal  sem regras, perfeita. Mas eu tinha de ir a um apartamento.
     A obra era a minha escola antiga , parada, isso significava que o que eu havia construído  lá tinha parado no meio, e o homem saindo de lá com cabeça baixa era eu triste por largar aquilo, então atravesso a rua para um lugar desconhecido sem saber o que esperar. O outro lado da rua era tudo, o novo bairro, a nova escola, a nova casa, o novo começo.


segunda-feira, 17 de março de 2014

O Pensar

Um homem sentado no bar em uma cadeira de plástico apoiado no seu braço, deveria ter por volta de 30 anos, cabelo raspado e fortinho como diria a minha mãe. Ele ficou ali, naquela posição sem se mexer nem falar nada e eu pensava no seu pensamento, o que o homem pensava será que ele pensava na família? Será que ele estava assustado? Ele podia não querer chegar em casa. Ele podia ficar ali, naquela posição durante horas. Ele podia estar pensando no que eu estava pensando, decifrando meu pensamento, e pensando e pensando e pensando. Porque aquele menino está me encarando. Até que o menino foi embora e parou de olhar. E eu, o menino, fui pensando. O que o homem estava pensando?